ALGUNS ESPAÇOS PARA FORMAÇÃO LEITORA NA EDUCAÇÃO BÁSICA.

 

Por Cristiano Mello de Oliveira

O incentivo à leitura e ao amadurecimento intelectual pela literatura não é função restrita às instituições escolares. Para além do papel da escola, vale dizer que organizações não governamentais projetam propostas diferenciadas no âmbito literário, que visam à capacitação e à formação de grupos de leitores afins. Por esse motivo, em termos relativos, iniciativas ligadas a políticas culturais inovadoras já diagnosticaram que uma comunidade leitora é mais propícia a abandonar a violência e do vício das drogas. Seja pelo escapismo ou pela introspecção ao universo imaginário, a literatura combate o pensamento vazio e inócuo. Ao formar leitores oriundos das camadas menos favorecidas economicamente ou mais propensas à violência, algumas organizações provocam uma espécie de renascimento cultural urbano.

Há motivos de sobra para comprovarmos que a leitura modifica hábitos arraigados em uma sociedade, pois reparem o que ocorreu em algumas comunidades periféricas da Colômbia. Por lá, o número de criminalidade reduziu drasticamente devido a algumas iniciativas já colocadas em pauta pela mídia: projetos integradores de leitura e a importância do trabalho com o texto literário.

Conforme já dissemos, casos verídicos, como os das comunidades periféricas da Colômbia, identificaram um nítido avanço na exclusão da violência. Não à toa que modelos como esse foram devidamente usados na realidade cultural brasileira. Com base nesses fatos, verificamos que, apesar das dificuldades, sempre haverá possibilidades de formar leitores excluídos da condição escolar, sendo que esses são expoentes para novos formatos de inclusão e disseminação do conhecimento.

Nesse contexto, cabe lembrar que muitas instituições públicas pro movem rodas de leitura ou ciclo de debates sobre determinado autor ou sobre o conjunto de sua obra. Nesses eventos culturais, o leitor amador ou profissional entra em contato direto com a obra, não raro, aperfeiçoando o diálogo e o debate com outros leitores. Por meio da interação, a obra literária se reatualiza em várias nuances, reconfigura seus gostos e predileções, exigindo do leitor uma espécie de maturidade intelectual.

A esta altura é pertinente mencionarmos as feiras de livros e as associações literárias, cujas propostas são ampliar e fomentar a quantidade de leitores. Múltiplas feiras literárias recriam um novo espectro sobre o conceito de formar novos adeptos à leitura. Vários estados do território brasileiro aderiram à causa – expandindo também a economia paralela local.

O mais interessante disso é que muitas escolas da periferia realizam visitas às feiras de livros, ampliando, dessa forma, o número de jovens leitores. Algumas são famosas, como: Feira Literária de Paraty, no Rio de Janeiro; Feira Literária de Poços de Caldas, em Poços de Caldas-MG; as Bienais do livro, em São Paulo e no Rio de Janeiro; dentre outras importantes.

Em última análise, essas feiras fortalecem o prazer pela literatura e, consequentemente, ajudam a formar um grande público leitor. Se tomássemos como parâmetro as associações à semelhança das academias literárias das capitais do Brasil, como é o caso da Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, também teríamos uma forma de incentivo à leitura bastante proeminente. Geralmente, o público jovem leitor se amplia porque observa um forte movimento de leitores de várias gerações em busca dos seus autores e livros prediletos. Não à toa que muitas gerações juvenis participam de rodas de leitura, fomentando discussões e alimentando o fenômeno literário.

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