Por Cristiano Mello de Oliveira
Podemos começar a elaboração deste texto com as seguintes indagações: Como o docente de Literatura pode utilizar os computadores para facilitar o aprendizado de Literatura? Como fazer uso do laboratório de informática durante o ensino do texto literário? Algumas dessas questões acompanharão o nosso raciocínio durante tal abordagem.
Atualmente muitas instituições espalhadas pelas grandes capitais do Brasil já possuem laboratórios devidamente equipados com computadores modernos – muitos desses com internet de boa velocidade. É óbvio que não podemos generalizar, devido à dimensão territorial do Brasil, pois algumas regiões ainda sofrem com a falta deste local privilegiado de acesso ao conhecimento. Em termos relativos, boa parte dos computadores possui sistema operacional Linux, e, o único problema é que nem sempre temos pessoas capacitadas para atuarem nas máquinas. Geralmente estas são equipadas com mouse, teclado e outros periféricos essenciais para o uso. Dessa forma, muitas escolas exigem que o docente reserve este local com certa brevidade, porque muitos outros professores também disputam o ambiente escolar. Em suma, inovador em vários aspectos, a consulta de alguns formatos de trabalho pelo uso do computador, pode auxiliar o docente em diversos aspectos.
No momento anterior ao da aula, é importante sugerir que o docente ateste a funcionalidade dos computadores e da internet, verificando como esses podem servir aos estudantes. Certificar se existe um monitor bolsista responsável pelo laboratório, alertando-o das consequências da indisciplina manifestada pelos alunos. Assim, quando a bagunça for jogada para o escanteio, somente resta fazer um bom trabalho com o uso da tecnologia. Neste modelo de ensino de formação de leitores é importante manter o monitoramento constante. Nessa manobra, para não gerar atritos durante a aula, é indispensável alertar os estudantes sobre o uso de sites proibidos – de conteúdo pornográfico, acesso às redes sociais e assuntos adversos ao conteúdo trabalhado pelo docente. Feito as recomendações necessárias, o professor pode também aproveitar de uma lousa existente para adicionar informações além das que existem na tela do computador. Além disso, o uso de uma caneta laser pode facilitar o apontamento dos tópicos e a explicação durante a aula. Em suma, parece que a tecnologia atrai os alunos, e eles atestam que o professor se mantém atualizado, provocando uma seriedade melhor durante as aulas.
Nesta consequente etapa de formação educacional a função é criar uma resenha midiática na plataforma de vídeos youtube. O tema pode ser trabalhado com turmas do primeiro ano do Ensino Médio. Conhecido como grande portal de vídeos livres na Internet, o youtube é o preferido dos jovens estudantes – pelo seu fácil manuseio, interação quando se torna um membro do canal e disposição de conteúdo. Visando uma espécie de capacitação educacional informal, muitos canais ofertam conteúdos privilegiados – como é o caso do canal literário do escritor Rodrigo Gurgel e o canal de História “Leituraobrigahistória”, do pesquisador Icles Rodrigues. Ambos promovem boa informação e o combate às denominadas fakenews. Com base nesses modelos de canal, o aluno pode ter a noção de como formatar uma estrutura de roteiro semelhante. Inicialmente, a criação de um roteiro didático de ensino online faz-se indispensável ao condicionamento de uma resenha literária. Como pressuposto, o professor pode exigir do aluno uma livre montagem de uma resenha com base na leitura da obra Capitães de Areia, do escritor baiano Jorge Amado.
Cumprindo algumas etapas da formulação da resenha literária por parte do aluno, o professor deve orientá-lo nas etapas de produção de alguns materiais úteis – roteiro escrito, postura durante a gravação (frente à câmera) e materiais tecnológicos a serem usados. Na elaboração do roteiro, faz-se indispensável à fluidez na escrita didática e à indicação de recursos visuais complementares objetivando a capacidade criativa do aluno. Usando o editor de textos Word, do pacote Office, o aluno deve situar por meio de duas colunas o conteúdo que será transmitido de forma oral (por meio do equipamento teleprompter) e o que deve aparecer apenas no vídeo. Cabe ao professor, chamar atenção do aluno para criação de uma resenha dinâmica, criativa e atemporal. Desse modo, o texto do roteiro deve ser neutro (com poucos adjetivos), o uso das frases curtas e não subordinadas (na ordem direta), evitar o uso de gírias e regionalismos e deve se ater a uma leitura com naturalidade e espontaneidade. Por fim, deve-se investir tempo durante esse formato de aula, pois o aluno necessita estar preparado para maturar o assunto da resenha, a fim de expô-la com maior familiaridade e propriedade.
O segundo ponto e tão importante quanto os demais, é a questão da postura durante a gravação da resenha literária. A princípio, como defendemos, o domínio do tema é de extrema importância. Os estudantes (e futuros leitores formados e comentadores de livros, via youtube) devem saber quais são os trechos demarcados da obra, a estrutura narrativa do romance (personagens, enredo, espaço, narradores, intriga) e a parte extraliterária (dimensão histórica de produção da obra, tiragem da obra, contexto social-histórico do autor, fortuna crítica). Quando o roteiro já estiver pronto e delineado é interessante que o aluno possa treinar a sua impostação de voz frente ao espelho. Para dar ênfase durante alguns momentos da fala do estudante, faz-se necessário uma boa gesticulação com as mãos, uma boa expressão facial e o uso de uma roupa neutra e formal. A tríade apontada deve auxiliá-lo na interpretação do texto durante a fala e caracterizá-lo por uma postura mais responsável. Outra excelente dica: deve se evitar uma voz monótona e fraca, caprichando na tonalidade dos sons – apresentando o conteúdo de forma envolvente e dinâmica. Por fim, é só gravar para depois saber dos resultados pelos espectadores.
Por último, quanto aos materiais tecnológicos a serem usados, o aluno pode adquiri-los a um preço muito acessível no Mercado Livre. Usado por muitas pessoas pela ampla concorrência nos preços e a na diversidade dos produtos comercializados, a plataforma comercial possui forte aderência por diversos compradores de várias regiões do Brasil. Inicialmente, o aluno pode buscar um lugar arejado e silencioso na sua residência – vigorando sempre o sossego e a paz para realizar as gravações. Por esse viés, o professor deve orientá-lo na escolha dos equipamentos – tendo sempre como base a lei do preço justo e da boa qualidade dos produtos. É interessante dizer que muitos comercializam o kit completo para gravações de vídeos pelos youtubers, variando de 70 a 150 reais. Deve-se comprar um microfone de lapela, um pedestal ou suporte para incorporar o próprio aparelho celular do aluno, uma luminária (com luz clara e potente), e um cartão de memória para ser usado durante as longas gravações. Com os meios tecnológicos adquiridos, o aluno pode testá-los nas primeiras gravações, desdobrando num próspero canal que terá muitas chances de terem milhares de visualizações.
REFERÊNCIAS
BNCC. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2019.